domingo, 11 de dezembro de 2011

(un)Fair

Já aqui tinha falado do quanto a vida pode ser injusta. Mas o pior de tudo é que no meio dessa injustiça, por vezes dá voltas que terminam de uma forma salpicada por requintes de crueldade.

A L. foi operada, como aqui mencionei, e correu tudo bem. Era um tumor, maligno, mas foi bem sucedida a sua remoção e não apresentava sinais de metástases. Ficámos felizes, e o alívio que nos trouxe foi sagrado.

Ontem íamos com a L. à consulta para ver como ia a costura, quando a médica nos informou que chegara o resultado da biópsia, e não era nada do que esperávamos... nem nós, nem ela. O carcinoma da L. é maligno, já sabíamos, mais concretamente trata-se de um adeno carcinoma. E já está espalhado no sistema linfático.

Silencioso, escondido, sem dar nas vistas, e mesmo depois de todas as operações que ela já fez este ano para remover cadeias mamárias e o tumor... ainda assim... ele está lá.

Agora... só a quimioterapia nos valerá de alguma coisa. Vai iniciá-la esta semana, 5 ciclos com intervalos de 3 semanas. E depois... é esperar. Não tem tumores em mais lado nenhum, mas a probabilidade de eles aparecerem é tremenda. E 1 ano depois da morte da N., cá vamos nós para mais uma batalha campal entre sentimentos de amor, protecção, incapacidade e, eventualmente, não sabemos quando, derrota.

A L. tem 13 anos. Sabíamos que não estaria connosco mais 10 anos, seria altamente improvável. Mas também não contávamos que fosse assim. Não mesmo, e não depois de tudo o que fizemos.


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